Observatório de Gestão e Políticas Públicas do TCE-RS
TRABALHO ACADÊMICO
TRABALHOS ACADÊMICOS SOBRE Envelhecimento da UPF

Perfil epidemiológico dos professores e funcionários de uma instituição de ensino superior


2020


Autor


Orientador


Nível Acadêmico

mestrado: Mestrado


Resumo

A expectativa de vida tem aumentado no mundo. Observa-se uma proporção maior de mortes entre pessoas com mais de 70 anos de idade, ao mesmo tempo que diminuem as mortes em crianças menores de cinco anos. Tal cenário reflete um grande progresso na saúde da população mundial. As doenças infecciosas estão cada vez mais controladas e, em algumas partes do planeta, tem havido um progresso substancial na prevenção de mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). No Brasil, a probabilidade de morrer entre as idades de 30 e 70 anos (mortalidade precoce), devido a um dos quatro principais grupos de DCNT, reduziu-se, entre 1993 e 2010, de 32,3% para 22,8% em homens e de 23,5% para 15,4% em mulheres. Diante disso, o objetivo geral do estudo é conhecer o perfil epidemiológico e fatores associados dos professores e funcionários de uma instituição de ensino superior. Os objetivos específicos são: Identificar a presença de fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCTN); descrever as características demográficas e socioeconômicas dos professores e funcionários; verificar a associação entre os fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCTN) e as características demográficas e socioeconômicas dos professores e funcionários. Foi realizado um estudo transversal com professores e funcionários de uma instituição de ensino superior. Para os critérios de inclusão, foram selecionados todos os professores e funcionários que estavam aptos ao exercício da profissão no momento da coleta de dados. Os dados foram coletados no ano de 2016 através de questionário enviado por e-mail aos professores (N=1.039) e funcionários (N=1.267), totalizando 2.306 indivíduos. O desfecho, presença de doença crônica não transmissível, foi avaliada pelo autorrelato de uma das seguintes doenças: doença cardiovascular, câncer, doença respiratória crônica e diabetes. As variáveis de exposição foram: sociodemográficas, peso, altura, nível de atividade física, consumo de bebidas alcoólicas, uso de tabaco, consumo de frutas, legumes e hortaliças. Os dados foram organizados e analisados em software de estatística. Para as variáveis quantitativas, foram calculadas as medidas de tendência central e dispersão e foi verificada a normalidade por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. Para as variáveis qualitativas, foram apresentadas as frequências absolutas e relativas simples. Para as análises bivariadas, foi aplicado o teste Qui-quadrado e, para a análise multivariada, a regressão de Poisson. Foram investigados 489 professores e funcionários; destes, 21,7% (n=106) referiram ter alguma DCNT. A presença de DCNT esteve associada à maior faixa etária (66,7%) e com algum grau de excesso de peso (28,3%). A presença de excesso de peso aumentou a prevalência de DCNT em 7,6% e ter 60 anos ou mais aumentou a prevalência de DCNT em 41,6%. Os resultados deste estudo permitem direcionar sobre novos caminhos a percorrer na promoção da saúde como estratégia de redução de doenças. Desse modo, não apenas visando à redução de custos assistenciais, mas visando, primordialmente, à qualidade de vida dos participantes desenvolvendo a consciência de sua responsabilidade e autonomia sobre o processo saúde-doença.

Palavras-chave

Envelhecimento. Epidemiologia. Pesquisa. Doenças crônicas. Trabalhadores.


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