A presente dissertação faz uma análise do processo implementação das políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher no Município de Santa Maria/RS, tendo em vista que essa problemática possui números alarmantes e deve ser pensada de forma ampla, como uma questão de segurança, de saúde pública e de violação de direitos humanos. Nesse sentido, requer uma Rede de Atendimento para um atendimento integral às necessidades que o enfrentamento da violência impõe. Assim, direcionamos esta pesquisa, mais especificamente em observar a dinâmica que se estabelece no fluxo do atendimento às vítimas no processo de implementação, com especial atenção às percepções que os implementadores que lidam com este público possuem acerca da política de combate à violência contra a mulher, ou seja, trata-se a investigar os burocratas do nível da rua (LIPSKY, 1980). Objetivou-se reconhecer como estão sendo implementadas as políticas públicas de atenção às mulheres vítimas de violência na cidade de Santa Maria. Para isso, fez-se um recorte para as seguintes instituições e os profissionais que compõe a equipe básica de atuação nas instituições da Rede de Atendimento de atenção às mulheres em situação de violência: Rede de Saúde – Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM)- enfermeiros, médicos, psicólogos e assistentes sociais; Rede de Assistência Social- Centro de Referência de Assistência Social (CREAS)- psicóloga, assistente social e coordenadora e na Rede de Justiça -Delegacia da Mulher (DEAM)- escrivã de polícia, agente administrativo/recepção e delegada. Pautada pela metodologia qualitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas em profundidade com os referidos profissionais, as quais foram estudadas pela análise de conteúdo e de redes semânticas. Como resultados, verificou-se que a implementação das políticas públicas de atenção às mulheres em situação de violência no Município de Santa Maria sofrem influência da discricionariedade dos burocratas de nível de rua e que estas estão sendo implementadas parcialmente, quando se fala em Rede de Atendimento, invisibilidade das mulheres e atendimento psicológico.