Observatório de Gestão e Políticas Públicas do TCE-RS
TRABALHO ACADÊMICO
TRABALHOS ACADÊMICOS SOBRE Inclusão Social da UFSM

Consultoria colaborativa: influências na autoeficácia docente e no processo de inclusão de alunos com transtorno do espectro autista


2018


Autor


Orientador


Nível Acadêmico

doutorado: Doutorado


Resumo

Conforme a Teoria Social Cognitiva, o senso de autoeficácia docente não é referente as habilidades que se possui, mas ao julgamento de sentir-se capaz para desenvolver a ação pedagógica de forma eficaz. Assim, a percepção de confiança em relação à prática profissional pode interferir na escolarização de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e afetar a motivação e a atuação do professor frente às situações desafiantes do processo de inclusão desse alunado. Nesta perspectiva, o presente estudo propôs avaliar as influências do processo de consultoria colaborativa sobre o senso de autoeficácia docente de uma professora de educação especial que atua com alunos com Transtorno do Espectro Autista. Esse objetivo central se desdobrou em outros mais específicos: realizar a tradução e a adaptação transcultural da Autism Self-Efficacy Scale for Teachers (ASSET) para a língua portuguesa do Brasil; desenvolver o processo de consultoria colaborativa na área do TEA juntamente com a professora de educação especial; e verificar a relação das ações da professora de educação especial, decorrentes da consultoria colaborativa, com a qualidade do processo de inclusão de alunos com TEA. Para além dos objetivos previstos também foram considerados os seguintes objetivos específicos: verificar indicadores do senso de autoeficácia docente da professora de educação especial em relação a inserção da consultoria colaborativa; e analisar a influência de fatores emocionais e comportamentais da professora de educação especial e dos alunos com TEA sobre o senso de autoeficácia docente, relacionado ao desenvolvimento da consultoria colaborativa. O delineamento da pesquisa constituiu-se como estudo de caso único integrado, por envolver um único caso (professora de educação especial), mas a atenção também foi direcionada a uma subunidade de análise (alunos com TEA). A consultoria colaborativa foi desenvolvida pela pesquisadora numa escola de Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educação de Santa Maria/RS, através de 15 encontros presenciais com a professora de educação especial responsável pelo Atendimento Educacional Especializado de dois alunos com TEA. A fim de identificar as influências da consultoria colaborativa sobre a autoeficácia docente, foi utilizada a “Escala de autoeficácia para professores de alunos com autismo (ASSET)”, traduzida e adaptada à cultura brasileira, antes (pré-teste) e após (pós-teste) a sua realização, bem como, através de outras medidas da participante e dos alunos com TEA, sendo seus dados submetidos a análise quanti-qualitativa. Os resultados mostram um aumento da autoeficácia docente percebida pela professora de educação especial e evidenciam algumas relações significativas entre as ações docentes e o processo de inclusão dos alunos com TEA. Infere-se que as próprias peculiaridades da consultoria colaborativa, bem como, que as situações planejadas e as incidentais, decorrentes deste processo, podem ter favorecido a ampliação de informações sobre as fontes de desenvolvimento da autoeficácia (experiência direta, experiência vicária, persuasão social e estados físicos/emocionais) favorecendo a influência positiva sobre o fortalecimento da autoeficácia. Apesar de variações nos escores de alguns itens pontuais da escala, a elevação da percepção de autoeficácia manteve-se mesmo após a conclusão da consultoria colaborativa, conforme apontam os dados de follow-up, realizado com intervalo de 5 meses.

Palavras-chave

Autoeficácia docente. Transtorno do Espectro Autista. Inclusão escolar. Consultoria colaborativa.


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