Observatório de Gestão e Políticas Públicas do TCE-RS
TRABALHO ACADÊMICO
TRABALHOS ACADÊMICOS SOBRE Saúde da UFRGS

Ambiente obesogênico escolar e obesidade em adolescentes brasileiros: teoria e evidências



Autor


Orientador


Nível Acadêmico

mestrado: Mestrado


Resumo

O objetivo desta dissertação é identificar os principais aspectos do ambiente escolar que influenciam a obesidade em adolescentes para que fundamentem políticas públicas baseadas em evidências, analisando-se empiricamente o caso brasileiro. MÉTODOS: O primeiro ensaio consiste em uma revisão de literatura acerca de estudos observacionais; no segundo ensaio, procedeu-se com a análise de amostra representativa de 10.592 alunos de 13 a 17 anos, da Pesquisa Nacional de Saúde do Escola (PeNSE) de 2015. Foi utilizado modelo de regressão linear multinível para avaliar a associação entre o Índice de Massa Corporal (IMC), calculado a partir de peso e alturas mensurados, e características do ambiente escolar (escore de promoção de atividade física, escore referente à cantina escolar e implementação do Programa Saúde na Escola (PSE)), ajustado para variáveis sociodemográficas e dependência administrativa da escola (pública ou privada). RESULTADOS: A variação do IMC entre escolas representou 3,86% da variação total do IMC (variação entre alunos e variação entre escolas), caindo para 1,04% depois da inclusão das variáveis de controle individuais, e para 0,90% no modelo final, após inclusão das características escolares. Após a inclusão da implementação de ações do PSE (𝛽=-0,24;p=0,03), a associação do IMC com o escore relativo ao ambiente escolar perdeu significância estatística (𝛽=0,05;p=0,08); o escore relativo à promoção de atividade física não foi associado ao IMC em nenhum modelo. O modelo também incluiu variáveis de controle do nível individual associadas ao IMC: sexo feminino (𝛽=0,39;p=0,00), idade (𝛽=0,44;p=0,00), escolaridade da mãe igual ou maior que Ensino Superior completo (𝛽=0,48;p=0,00), ter um emprego (𝛽=0,54;p=0,00), não tomar café-damanhã (𝛽=1,07;p=0,00) e ter ao menos um dos pais tabagistas (𝛽=0,21;p=0,03); o IMC foi negativamente associado a estudar em escolas públicas (𝛽=-0,27;p=0,04). CONCLUSÕES: O ambiente escolar tem grande importância no combate à obesidade em adolescentes brasileiros, destacando-se o papel do ambiente alimentar das cantinas e da implementação de ações do PSE. Os resultados suportam inciativas relacionadas à promoção de ambientes escolares alimentares saudáveis, indicando a necessidade da identificação e desenvolvimento de ações do PSE para que possam ser referências de promoção de ambientes alimentares mais saudáveis.

Palavras-chave

Obesidade em adolescentes. Modelo multinível. Política pública baseada em evidência.


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