Mulheres nos espaços públicos é tema de debate online no TCE-RS
11 de setembro de 2020 - 11:25

A Escola Superior de Gestão e Controle Francisco Juarena (ESGC) do Tribunal de Contas do RS promoveu, nesta quinta-feira (10), a webconferência "Mulheres nos espaços públicos: representatividade, tensões e perspectivas". O tema foi proposto a partir dos estudos e discussões do Grupo de Estudos de Inclusão Social (GEIS) do TCE gaúcho, integrado por servidoras do órgão.

Quatro mulheres deram voz ao debate que alertou para a importância da representatividade feminina, em sua diversidade e em diferentes espaços de poder. Entre elas a roteirista, diretora e produtora de audiovisual, Mariani Ferreira; a coordenadora Pedagógica da Emancipa Mulher - Escola de Emancipação Feminista, Joanna Burigo; e a cientista social, mestranda em Ciências Sociais pela UFSM, Andressa Duarte. A mediação do encontro foi da mestranda em Gênero e Políticas de Igualdade pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO Uruguay) e integrante do Tribunal gaúcho, Izabel Belloc. A live foi transmitida pelos canais oficiais do TCE no YouTube e no Facebook.
Joanna Burigo ponderou sobre a falta de representação e de representatividade feminina em diversos âmbitos de poder ligados à produção de políticas públicas, para além da política. “Não me refiro somente à participação política das mulheres pela eleição de cargos, mas participação feminina na produção de discursos, de linguagens, de pesquisas e de perspectivas diversas para ampliar as políticas públicas e aperfeiçoar o preenchimento de todos os espaços pelas mulheres”, disse ela, destacando que a maioria de espaços de poder é ocupada por homens.
A cientista social Andressa Duarte deu ênfase aos desafios enfrentados especialmente pelas mulheres negras nos espaços acadêmicos e políticos. Também abordou a falta de representação LGBTQIA+ e considerou que há grande deficiência na produção de dados estatísticos que identifiquem essas pessoas como sujeitos de direitos. Citou, como exemplo, a falta de reconhecimento da violência sofrida por mulheres lésbicas por motivação lesbofóbica: “A supressão da possibilidade de produção de informação de dados e estatísticas faz, consequentemente, com que essas pessoas passem a ser inexistentes. A ausência de informação dá a entender que a violência contra as mulheres lésbicas não acontece”, ressaltou.
Por fim, Mariane Ferreira, uma das fundadoras do Coletivo Macumba Lab., que reúne profissionais negros e negras do audiovisual no Rio Grande do Sul, fez considerações sobre a inserção de homens e mulheres pretas no audiovisual. Para ela, as produções audiovisuais ajudam a construir o imaginário da sociedade. “É preciso lutar para que nossas vozes sejam ouvidas. Esta é a forma de transformar esse imaginário”, destacando que há uma grande predominância de homens brancos na composição de sets, agências, associações e conselhos ligados ao audiovisual. “A gente existe! Somos talentosos e muito capazes. É importante que a gente conte nossas histórias, que sempre foram contadas sob uma perspectiva branca”, afirmou.

Letícia Vargas – Assessoria de Comunicação Social


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Audiodescrição:Tela dividida em quatro retângulos, mostrando os rostos das participantes (fim da descrição)